1. Quem é Marcia Budke?
Nasci em Iraí, mas cedo me mudei com a família para Passo Fundo, onde vivi minha infância e adolescência. Filha de um pastor luterano e de uma professora, que infelizmente partiram muito cedo, levo na memória os grandes ensinamentos de pais amorosos em uma casa abençoada e com muito afeto.
Sonhadora como muitos geminianos, me considero uma pessoa inquieta, curiosa e otimista, que curte livros, autoconhecimento, gente, viagens, flores e família reunida. Quase comemorando bodas de prata no casamento com o Ricardo, sou mãe do Bruno e do Pedro, dois guris de enorme coração. E tenho também um cachorro chamado Rambo, mimado e apaixonadamente fofo.
Publicitária formada pela URFGS, MBA em marketing pela FGV, e Mestrado em Administração de Empresas pela PUCRS. Morei na Alemanha por quase 4 anos, onde estudei na Universidade de Colônia. Lá tive a oportunidade de trabalhar e aproveitar este período imensamente feliz viajando bastante. Como filha de “peixe” às vezes “peixinho é”, também adoro ensinar e aprendo muito com meus alunos em sala de aula. Sou professora na pós-graduação da Uniritter e FGV e já lecionei na Graduação do curso de Publicidade e Propaganda da ESPM.
Com 22 anos de mercado publicitário, comecei a trabalhar na Jornal Comunicações. Depois foram 13 anos no grupo RBS, iniciando na TVCOM e seguindo na RBSTV, CLICRBS, e por último no G1RS. Sou cofundadora da BrazoMídia, empresa que há 6 anos representa diversas plataformas de tecnologia no universo digital. Familiarizada com a dinâmica dos algoritmos, o foco da empresa é comercializar soluções de mídia digital para agências e anunciantes integrando plataformas tecnológicas robustas e inovadoras.
2. Em recente artigo dissestes que o futuro chegou no presente e o home office se tornou uma realidade consagrada. Tem mais ou para por aí?
Acredito que a pandemia e o isolamento social levaram as pessoas a pensar e se preocupar mais com suas vulnerabilidades, e isso acabou levando-as a compartilhar de uma maneira mais clara as dificuldades vividas no dia a dia. De um momento para outros, as pessoas passaram a ver e valorizar mais o que lhes parecia essencial. E dentro dessa visão sobre as coisas mais essenciais estava a preocupação com a qualidade de vida e o aproveitamento do tempo. Assim, todas aquelas longas reuniões presenciais, realizadas muitas vezes em lugares distantes, foram trocadas por reuniões virtuais, mais rápidas e com a vantagem de grandes economias de custo e em deslocamentos e hospedagens. Foi exatamente esse tempo que começou a ser percebido como mais valioso, para ser aproveitado de outras maneiras, com outras atividades prazerosas do cotidiano, como por exemplo, aprender algo novo, ler livros, descobrir um novo talento e principalmente, conviver mais e melhor com as pessoas que amamos. Para mim, e creio que para muitas outras pessoas também, este aprendizado é o “essencial” e a parte “copo cheio” da pandemia.
3. As lives, a call e outros caminhos tiraram o brilho do olho no olho?
É redundante afirmar, mas acredito que “nada substitui o calor e a força da presença física” nas relações pessoais e nos negócios. Porém, como enfatizado no artigo, a própria comunicação humana está ganhando novas características e um novo peso, já que os contatos passaram a se tornar virtuais por muito mais tempo, antes de adentrarem uma fase presencial, que era como todos estavam acostumados antes da pandemia. Estamos entrando numa fase de valorização dos contatos pessoais, que se dividiram entre presenciais e virtuais. Mas ao mesmo tempo, estamos aprendendo a ser mais empáticos e respeitosos com o nosso próprio tempo, e também com o tempo alheio. Acredito que o sistema híbrido de trabalho vai predominar em muitos mercados quando a crise passar.
4. Como é viver sem um abraço?
Foi uma fase muito difícil, em especial para as crianças e para as pessoas de idade avançada, privadas que foram por um longo período das relações presenciais em fases da vida em que tais relações são extremante importantes, senão vitais. Porém, a pior fase do isolamento social parece estar passando, e apesar dos pesares, as pessoas vão voltar a se encontrar e sentir todo o calor das relações humanas novamente. Não há tempestade que não acabe. Esperamos que com alguns ganhos, e com mais tempo livre. Mas, novamente, só o tempo dirá.
Publicado originalmente em Coluna do Nenê